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Vara da Infância e da Juventude da Penha promove curso sobre consumo e consumismo na infância

Evento foi realizado por teleconferência

Sociedade de Consumo e Consumismo

A Vara da Infância e Juventude do Foro Regional de Penha de França, em continuidade ao projeto de capacitação oferecido a educadores sociais, promoveu nesta sexta-feira (5) o curso online “Consumo e Consumismo na Infância”. Cerca de 60 pessoas acompanharam o evento, entre profissionais de Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes (Saicas), do Creas/Penha e da Supervisão de Assistência Social da Penha, do Caps Infanto-juvenil Penha, de conselhos tutelares e de serviços integrantes do sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente. O juiz Paulo Roberto Fadigas César foi o idealizador do evento.

A coordenadora de Comunicação do programa “Criança e Consumo”, do Instituto Alana, e mestra em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maíra Bosi, falou sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida a crianças e os caminhos para minimizar e prevenir os prejuízos decorrentes desta prática. Segundo ela, obesidade, erotização infantil e consumismo desenfreado são apenas alguns dos problemas gerados pela propaganda voltada ao público infantil.

Crianças que consomem grande quantidade de alimentos industrializados, que usam maquiagem e agem como pequenos adultos, assim como a produção de uma infinidade de brinquedos colecionáveis feitos de plástico, com diferentes níveis de toxicidade, são apontados por Maíra Bosi como exemplos da influência perniciosa da publicidade no comportamento das crianças brasileiras (que  mais assistem TV no mundo), mas, também, sobre as famílias e o meio ambiente. A palestrante mostrou trechos de documentários e apontou que, segundo o Conselho Federal de Psicologia, crianças até 12 anos não entendem o caráter persuasivo da publicidade. “A publicidade infantil acaba por promover inversão de valores, incutindo nas crianças a importância do ‘ter’ sobre o ‘ser’, sentimentos de raiva, tristeza, frustração e inferioridade em relação a quem tem o que ela deseja e, também, sentimentos de culpa e impotência nos pais, que ocasionam enfraquecimento das relações familiares”, disse.

A legislação que protege a criança da exposição à comunicação mercadológica foi apontada pela palestrante: a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor e o Marco Legal da Primeira Infância já proíbem a publicidade abusiva voltada para o público infantil.

A palestrante apontou algumas ações que podem ser tomadas, como repensar hábitos de consumo. “Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual”, disse Maíra. “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente”.

Nos debates, o juiz Paulo Fadigas teceu considerações finais, lembrando que, nos Saicas, são atendidas crianças e adolescentes sem capacidade econômica “que vão voltar a seus lares querendo coisas que a família de origem não pode comprar”. O magistrado ressaltou a importância do tema tratado no curso: “É preciso aprender a lidar com a frustração do adolescente plantando bons hábitos na criança. O adolescente é fruto do meio em que vive”. Ao final, foi aberto espaço para perguntas.

Fonte: TJSP – Tribunal de Justiça de São Paulo

Escrito por Redação

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