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A nova cultura do cancelamento reflete um movimento coordenado de reprovação pública por condutas

Advogado Henrique Rocha diz que acima de qualquer “cancelamento”, a sociedade deve-se atentar a valores universais de tolerância, diálogo e bom senso.

Cancelar uma pessoa virou uma prática usada por muitos nas redes sociais nos últimos anos, e “cultura do cancelamento” foi eleito como o termo do ano em 2019 pelo Dicionário Macquarie, que todos os anos seleciona as palavras e expressões que mais caracterizam o comportamento de um ser humano. Hoje, em redes sociais como o Twitter, vemos diversos famosos ou influenciadores digitais serem “cancelados”, ou seja, sendo excluídos da sociedade para determinada pessoa ou grupo, deixando de existir na vida delas e não permitindo que elas sigam suas vidas sem a devida punição. Algumas vezes é temporário, outras vezes a pessoa cancelada precisa mudar, pelo menos exteriormente, para ser aceita novamente.

Na opinião de Henrique Rocha, especialista em Direito Digital de Pires & Gonçalves Advogados Associados, as regras de etiqueta virtual sempre foram bem-vindas quando da postura nas redes sociais. “A nova cultura do cancelamento reflete, na realidade, um movimento coordenado de reprovação pública por condutas ou opiniões contrárias aos interesses e posições de determinados e ativos grupos ideológicos ou mesmo orgânicos. Os reflexos dessa reprovação virtual massiva ganham novos contornos quando há incoerência na postura daqueles que exigem a prática do politicamente correto, mas se mostram recheados de hipocrisia em seu íntimo, como pode ser visto em participantes do reality show atualmente em exibição. Acima de qualquer “cancelamento”, a sociedade deve-se atentar a valores universais de tolerância, diálogo e bom senso. Nosso país já tem problemas de mais. Que possamos cancelar um deles”, diz o advogado. 

Escrito por Redação

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