Está faltando insumos no mercado para sustentar a retomada da produção e esta crise é independente do preço dos materiais. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria, 65% das fábricas da indústria geral que usam matérias-primas importadas não conseguem tudo o que necessitam para produzir, mesmo pagando mais caro. Na indústria da construção, o percentual é de 79% dentre aquelas que trazem insumos no exterior.
No ano passado já havia sido alertado que a indústria brasileira enfrentava esse gargalo desde o terceiro trimestre de 2020. Quando a pandemia começou e medidas rigorosas de distanciamento social foram decretadas, consequentemente houve redução da atividade em diversas cadeias de produção, que passaram a consumir nos meses seguintes os estoques em ritmo suficiente para atender a demanda reduzida do período.
O especialista em Direito do Consumidor e Processos Cíveis Empresariais, Douglas Ribeiro, de PG Advogados, alerta que a instabilidade da produção e a redução do acesso a insumos, por parte da indústria, pode provocar graves prejuízos ao mercado de consumo, pois além da possível queda no número de vendas, também há impactos no pós-venda, com possível aumento da judicialização e reflexos nos Procons, que podem autuar as empresas e aplicar-lhes multas, caso haja prejuízos ao consumidor.
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