O advogado Orcélio Ferreira Silvério Júnior foi agredido, nesta quarta-feira (21) enquanto estava algemado e imobilizado pelos integrantes da Polícia Militar de Goiás.
As imagens, gravadas por populares que estavam na via pública, mostra o profissional levando uma série de tapas e socos e sendo arrastado pelo chão após tentar intervir a favor de um flanelinha que estava sendo abordado também com violência pelos policiais militares.
A confusão começou quando a PM abordava um flanelinha no estacionamento do camelódromo, em frente ao terminal Praça da Bíblia. Segundo o boletim de ocorrência, o cuidador de carros estaria ameaçando clientes a pagar pelo estacionamento.
A equipe do Giro que fez a abordagem disse no boletim de ocorrências que foi acionada para atender a uma ocorrência em que um morador de rua estava “ameaçando e coagindo” condutores de veículos estacionados na Avenida Anhanguera para pagar uma quantia em dinheiro.
Conforme o documento, a corporação deslocou-se ao local e identificou o suspeito. Segundo a equipe, durante esta abordagem, o advogado se aproximou com o celular em mãos filmando a ação.
Ao ser questionado pelo motivo da filmagem, o advogado respondeu estar a trabalho, sem dizer sua qualificação ou função ou o porquê de “estar invadindo o perímetro de segurança da abordagem policial”.
Conforme a ocorrência, o advogado desacatou os policiais “dizendo que eles não sabiam com quem estavam lidando e que era influente na alta cúpula da polícia”.
Os policiais relataram ainda no documento que o advogado “alterou o tom de voz” e apontou o dedo na cara de um policial, momento que foi dado voz de prisão por desobediência.
Conforme boletim, após isso, o advogado “partiu para a agressão física contra um policial e deferindo-lhe um soco no rosto, chutes e ponta pés, além de morder um dos dedos do PM”.
A polícia relatou que foi necessário o uso da força para contê-lo. Consta ainda que, mesmo após algemado, segundo os policiais, o advogado ameaçou verbalmente a corporação usando “palavras de baixo calão”. O PM que teve o dedo mordido passou por exame de corpo de delito, conforme ocorrência.
Uma nota de repúdio foi divulgada pela seccional da OAB de Goiás “A truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (PO) da Polícia Militar de Goiás (PMGO).”
A OAB-GO pediu ainda que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) e a Corregedoria da Polícia Militar afastem os policiais e abram uma investigação para apurar os fatos.
Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho Federal da OAB, também condenou as agressões. “Imagens enojantes de agressão (covardia) policial contra advogado em Goiás. Milicianos que inclusive sabiam que estavam sendo filmados. Imagine o que fazem sem testemunhas! Iremos acompanhar o caso e confiamos em punição exemplar. Solidariedade aos colegas goianos”, afirmou.
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