‘’No estado, desde 2019 cerca de 60 líderes do PCC foram transferidos do sistema prisional paulista. A remoção destes líderes faz parte de um conjunto de ações relacionadas à segurança pública – implementadas pelo atual Governo de São Paulo –, e tem como objetivo isolar estas lideranças em presídios federais para fazê-los perderem força e influência, além de comprometer a articulação para o cometimento de crimes em uma ação grande; o custo e a dificuldade são maiores, ocasionando a diminuição de crimes mais violentos’’, explica Antônio Pereira, presidente do Sindespe, sindicato que responde pelos agentes de escolta e vigilância penitenciária
O setor de inteligência – em parceria com o Ministério Público – age preventivamente afim de evitar qualquer situação de risco dentro das unidades prisionais. Segundo Pereira, somente situações do cotidiano das cadeias geram algum incidente atualmente, mas nada ligado ao crime organizado. ‘’Pode-se dizer que houve um golpe temporário para a organização criminosa, pois a liderança foi substituída posteriormente e ainda existe o fato que muitos líderes estão foragidos’’, pontua.
O Presidente do Sindespe ainda explica o funcionamento da facção. ‘’O PCC se estruturou como uma empresa; tem a cúpula nas unidades prisionais onde são recrutados os soldados do crime, há a cúpula relacionada ao tráfico de drogas internacional – cujo os integrantes residem e operam em vários países da América do Sul, como a Bolívia, Paraguai, Colômbia, etc. Há também o núcleo financeiro, responsável pela lavagem de dinheiro, há o setor jurídico, responsável por defender tanto os soldados do crime quantos os líderes em ações judiciais criminais… Enfim, é uma empresa criminosa com vários departamentos que aumentou sua movimentação financeira em 160 vezes, saindo de 6 milhões de reais no ano de 2004 para mais de 1 bilhão em 2020’’, explica.
Antônio ainda comenta que a ligação direta ou indireta com o PCC chega ao número de milhares – dentro da população carcerária do Estado de São Paulo. ‘’Praticamente em quase todas as 178 unidades prisionais do Estado, há algum detento ligado ao PCC. Portanto, o próprio trabalho dos agentes, o combate ao tráfico de drogas dentro dos presídios, a modernização dos equipamentos de segurança – como scanner corporal e etc. –, Levou o Estado de São Paulo a se tornar referência pela quantidade de presos que possui e o número infinitamente pequeno de ocorrências mais graves’’, finaliza.
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