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“Policial do RJ tem 725 vezes mais chance de ser ferido do que soldado americano na Guerra do Golfo”

Delegado Fabrício Oliveira, líder da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil do Rio de Janeiro, apresentou números que revelam o desafio de operadores no dia a dia

O delegado Fabrício Oliveira, atual líder da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Rio de Janeiro, apresentou estatísticas para mostrar o risco enfrentado pelos profissionais da segurança pública no combate à criminalidade no estado fluminense. Segundo Oliveira, um estudo realizado pelo coronel Fábio Cajueiro, da PMERJ, aponta que as chances de um policial ser ferido em ação no Estado são 725 vezes maiores do que a de um soldado americano em combate na Guerra do Golfo. Também são quatro vezes maiores do que a de um soldado americano ter se ferido na Segunda Guerra Mundial, o confronto mais conhecido do planeta.

As afirmações foram feitas durante uma palestra na tarde deste sábado no World Combat Conference (W2C), em Itu (SP), para falar sobre as operações em áreas conflagradas do Rio de Janeiro. Oliveira trouxe dados da Polícia Civil de que, atualmente, mais de 50% dos homicídios no estado têm relação com o tráfico de droga, assim como 60% dos roubos de cargas e 80% dos roubos de veículos. 

O Estado do Rio de Janeiro possui, de acordo com os dados apresentados por Oliveira, 1.413 favelas. Das áreas com atuação do crime organizado, cerca de 80% são controladas pelo tráfico de drogas e outros 20% pela milícia. Diante desse contexto, com uma “metástase” da criminalidade, a atuação das forças de segurança fica cada dia mais difícil. O delegado afirma ser necessário inverter a balança do custo-benefício para os bandidos.

“Hoje o criminoso acredita que entrar em confronto com a polícia traz mais benefícios do que prejuízos. Precisamos inverter essa lógica. É um trabalho extremamente complicado, mas não vamos desistir”, afirma Oliveira. 

Apenas em 2019, foram apreendidos no Rio de Janeiro 550 fuzis, mais de 8 mil armas de fogo e 3,6 mil explosivos.

Escrito por Redação

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